A tradição situa a conquista do castelo de Aljezur pelos cavaleiros cristãos da Ordem de Santiago, na manhã de 24 de Junho de 1249, durante o reinado de D. Afonso III. Nesta manhã, os cavaleiros de D. Paio Peres Correia, Mestre da Ordem de Santiago, ocupam o castelo de Aljezur, que se encontrava na posse dos mouros. No decurso de um acampamento nas várzeas da vila em época anterior, um dos cavaleiros cristãos apaixonara-se por uma moura de nome Mareares; contara esta que os árabes não faltavam ao Banho Sagrado na manhã de 24 de Junho na Praia da Amoreira. Esse seria o dia indicado para a ocupação do castelo. Prudentes os cavaleiros prenderam ramos de árvores aos seus fatos e aproximaram-se das muralhas.

Uma velha cega, sogra do alcaide, ficara na fortificação e de manhã cedo catava a sua neta. Esta, apercebendo-se de que as árvores e as moitas verdes se deslocavam em direcção ao castelo, pergunta à avó se as moitas se movem. Esta acalma a visão infantil, falando-lhe do balouçar das plantas com o vento. Os cavaleiros cercam o castelo e ocupam-no ao romper da alva, agradecendo a Deus e à Nossa Senhora a posse de Aljezur. Quando os mouros regressam após o cumprimento sagrado de um ritual místico, são decapitados na zona sul do castelo – “Degoladouro” e as suas cabeças arremessadas para o cerro a norte, denominado posteriormente de “Cabeças”.

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